domingo, 21 de fevereiro de 2010

Morte em vida


Sinto que algo em mim está morrendo. Algo não, alguém mesmo. Pareço me despedir, das cores, dos sabores, dos dias tranquilos, das ansiedades, do perfeccionismo. Acho que é a tal maturidade mais uma vez...

E dói, dói olhar para as pessoas e as coisas como se fosse a última vez que fosse vê-las e vivê-las. Dói saber que a vida não é tão fácil quanto imaginei, que ela não é tão preto no branco, que tem tantos poréns, sorrisos e lágrimas.

Confesso que tenho medo. Sempre tive. Medo de crescer. Despedidas nunca foram fáceis para mim. Imagine se despedir de você mesma, meu nome diz bem: renascer. Essa é minha sina.

Cresci me despedindo das pessoas que amava, minha família - de longe - me fez sentir isso a cada férias de verão, a cada inverno, a cada feriado juntos. E engana-se quem pensa que com a experiência aprendi, que nada! Lembro de cada dorzinha - como esta agora - que fica aqui no meu peito quando sei que terei de me despedir.

O difícil nunca foi o aceno, o difícil era cobrança de ter que me despedir com a certeza que deixei o meu melhor naquele para o qual digo adeus. A melhor brincadeira, a melhor declaração de amor, as melhores gargalhadas. E nunca era assim, poderia ter sido melhor. Eu poderia ter dito mais, feito mais, sentido mais.

Nada mudou. A Renata que sentia a dorzinha naquele ônibus durante os 1000 km de estrada, ainda mora aqui. Mesmo agora, que não há kilometragem, que a despedida é de mim mesma.

Nunca quero dizer adeus. Mas é preciso...


Imagem - Triskell
Simbologia - Símbolo Celto-Atlântica Europeia com um profundo significado!
Pensa-se que possa representar as 3 Deusas principais do panteão Céltico. Sem dúvida é um símbolo solar que representa o movimento e as fases da Vida e do Dia.
Nascer, Viver e Morrer. Assim faz o sol e assim corre o dia e as nossas vidas. A própria estrutura do símbolo dá a sensação de movimento como se ninguém pudesse parar este constante desenrolar do tempo.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Com-Partilhar...

Este blog - abandonado -serviu de alguma forma para muitas coisas em minha vida. Mas confesso, sem medo de parecer piegas, que fico feliz mesmo quando percebo que ele serviu para algo na vida de outras pessoas; mesmo que a influência não tenha sido diretamente pelo conteúdo do que escrevo, pode ser servir de guia-mestre para uma amiga criar seu próprio blog que já me dou por muito satisfeita!

Hoje soube que a partir deste blog alguém muito especial criou seu próprio espaço virtual para compartilhar seus pensamentos, dúvidas, certezas e desencontros ao comemorar seus 40 anos de vida.

E sabe o que me deixa mais feliz? Ela não gosta muito de escrever, ela criou pelo compartilhar mesmo. E é isso que a torna única em minha vida: comigo, ela compartilha. Pode ser aquele comentário de elevador sobre a chuva de ontem, pode ser aquele comentário mais profundo sobre a sensibilidade de um olhar, pode ser uma idéia de duas crianças brincando de olhar o que está ali de outra maneira, formato e sentido.

E não me venham com comentários - inexistentes - que compartilhar é fácil. Os tempos modernos seriam bem diferentes se houvessem mais encontros entre pessoas dispostas a com-partilhar.

Enfim, compartilhar neste mundo virtual faz bem, é catártico. Mas difícil mesmo é saber compartilhar além desta telinha que nos protege da realidade. E ela sabe: aos40anos.blogspot.com.br

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Aos temores e amores...

Eles rimam. E não é por poesia boba não.É por essa poesia que tem na vida e que só louco sabe escutar: as rimas, os sons, os tons, a melodia.

Tem quem brinde à saúde a à sorte. Tem quem brinde às alegrias e às posses. Eu brindo aos temores e amores. E, cá entre nós, bendita hora que colamos um no outro. Se temo, amo. Se amo, temo.

São só algumas letrinhas que os diferenciam, o “te” e o “a”. O resto é igual, o mesmo formato, o mesmo conjunto, a mesma conjugação. E acho que esse tal de “te” e “a” significam mesmo esse desafio que é amar alguém e amar a si ao mesmo tempo.

O “a” sou eu e o “te” é o outro. E como a gente se perde nesse labirinto. Se “te” amo, temo. Mas só me “a”mar não dá. Mas também não dá para só “te” amar e esquecer que há um “a” em mim. E é nesse labirinto que me perco. Que me acho. Que vivo.

Ah! Senão fossem meus temores. Ah! Senão fossem meus amores...tim tim!